Brasil eleva taxa Selic para 15%: entenda os motivos, impactos e como estamos no ranking mundial
O Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu parte do mercado ao elevar a taxa Selic para 15% ao ano na reunião de junho de 2025 — o maior nível desde 2006. A decisão vem mesmo após três meses consecutivos de queda na inflação, o que levanta questionamentos sobre a estratégia adotada pelo Banco Central.
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Por que o Copom aumentou a Selic?
Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha registrado desaceleração nos últimos meses, o Banco Central apontou fatores de médio e longo prazo que motivaram o aperto monetário. Veja os principais:
1. Inflação ainda acima da meta
Apesar da queda recente, a inflação acumulada em 12 meses ainda está acima do teto da meta, que é de 4,5%. Além disso, as projeções para 2025 e 2026 seguem elevadas.
2. Expectativas desancoradas
O Copom avaliou que o mercado segue esperando inflação acima do desejado, o que pode tornar as metas ainda mais difíceis de alcançar — e comprometer a credibilidade da política monetária.
3. Riscos fiscais
Com gastos públicos elevados e incertezas em relação ao ajuste fiscal, o Banco Central teme um estímulo excessivo à demanda, o que pressionaria os preços.
4. Cenário externo adverso
A instabilidade global, com juros altos nos EUA e valorização do dólar, afeta o câmbio e pode gerar inflação importada no Brasil.
5. Atividade econômica ainda aquecida
O consumo das famílias e o mercado de trabalho continuam fortes. O BC entende que, para conter a inflação de forma duradoura, precisa reduzir o ritmo da economia.
Impactos negativos dos juros elevados
Apesar da intenção de controlar a inflação, a taxa Selic em 15% traz consequências negativas significativas para a economia brasileira:
1. Crescimento econômico mais fraco
Com o crédito mais caro, empresas adiam investimentos e consumidores reduzem o consumo — o que freia o PIB.
2. Desestímulo à produção
Juros altos aumentam o custo de capital, reduzindo a competitividade da indústria nacional.
3. Aumento do custo da dívida pública
O governo paga mais para rolar sua dívida, o que agrava o problema fiscal e gera um efeito em cadeia.
4. Queda no emprego
Com menor atividade econômica, as empresas contratam menos ou até demitem.
5. Inibição ao crédito e consumo
As linhas de crédito ficam mais caras, reduzindo a capacidade de compra da população.
Ranking mundial: os países com as maiores taxas de juros (2025)
Veja a lista atualizada com as 10 maiores taxas de juros do mundo em junho de 2025:
Conclusão
Embora o aumento da Selic tenha como objetivo controlar a inflação e reforçar a credibilidade da política monetária, seus efeitos colaterais são significativos. Com a taxa em 15%, o Brasil figura entre os países com maior juro real do planeta, o que levanta preocupações sobre o custo desse combate inflacionário.
O Copom já sinalizou que a Selic deve ser mantida em patamar elevado por um "período prolongado", o que exige atenção de empresários, investidores e consumidores.

